O Banco Central (BC) anuncia no início da noite a primeira
decisão sobre o rumo do juro básico da economia com o detalhamento dos votos de
cada um dos diretores. No mercado financeiro, a maioria prevê decisão unânime de
corte da Selic em 0,5 ponto, para 8,5% ao ano.
Confirmada a aposta, o juro cairia para o menor patamar da
história e, ao mesmo tempo, passaria a valer a nova regra das cadernetas de
poupança que prevê remuneração equivalente a 70% da Selic acrescida da Taxa
Referencial (TR).
Com uma economia que cresce em ritmo mais lento que o
imaginado, analistas dão como certa a continuidade do corte de juro iniciado em
agosto do ano passado. Para o mercado, o Banco Central deve manter a estratégia
de baratear o crédito porque a atividade segue abaixo do potencial e não há
grandes ameaças no radar da inflação.
Ou seja, há espaço para incentivar a economia sem preocupação
com os preços. Dessa maneira, a taxa que está em 9% ao ano deve cair para o mais
baixo patamar da história, menor do que mínimo de 8,75% ao ano praticado entre
julho de 2009 e abril de 2010.
Além da atividade, outro fator que também respalda a redução de
juro é o novo funcionamento da poupança. Anunciada no início do mês, a mudança
acaba com a rentabilidade fixa das cadernetas.
Para depósitos feitos a partir de 4 de maio, o rendimento será
de 70% da Selic somado da TR sempre que o juro básico estiver em 8,5% ou menos.
A regra antiga, válida para depósitos antigos ou no caso de a Selic seguir acima
do patamar citado, é de juro fixo mensal de 0,5% somado da Taxa Referencial.
Poupança. Confirmada a Selic em 8,5%, o rendimento das novas
cadernetas passará a ser de 6,17% ao ano. No acumulado dos últimos 12 meses,
depósitos renderam 6,67%.
Isso quer dizer que, em uma caderneta com R$ 1 mil sob as novas
regras, a remuneração em um ano será R$ 5 menor quando comparada com a
antiga.
A adoção da nova regra era importante para o governo porque,
mantido o funcionamento tradicional das cadernetas, a trajetória de queda da
Selic poderia incentivar migração em massa de recursos dos fundos de
investimento para a poupança.
Isso poderia travar a queda da taxa básica de juros. Como
geralmente esses fundos de investimento têm títulos públicos, a fuga de
investimentos poderia reduzir a demanda pelos papéis emitidos pelo governo, o
que atrapalharia a administração da dívida pública
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